Você me procura na hora do almoço Me agarra, me cheira, me deixa à vontade Me traga, me afaga, me aperta o pescoço Depois me abandona na dona saudade Me irrita, me agita, me diz pra esperar Que a hora do lanche não tarda a chegar Eu me desespero por esta recusa Me sinto uma intrusa, mas fico a esperar Quando o telefone me chama, eu atendo É você dizendo que não vem lanchar Que tem compromisso com isso e aquilo Me pede tranqüilo pra eu me Guardar pro jantar Aí, é hora de sofrer Lutar pra não morrer De morte tão vulgar Amor, cuidado com o desdém Pois quem tem um não tem Nenhum pra consolar