Fico presa na tempestade Onde não durmo comigo Há restos de verdade A que a dor tirou sentido Caída entre os espaços Do meu corpo destruído Já não há restos de verdade E a dor perdeu sentido Deixei armas dos meus braços Larguei roupas que vesti Deixei ruas onde as pedras Tatuaram os meus passos No mar de mãos turvas Nadavas transparente Encontramo-nos num gesto Inteiro e indiferente Choramos como quem nasce Escorrendo a saudade Vens no Sol de madrugada Como a mão na tempestade